terça-feira, 15 de junho de 2010

Lesões em Corredores e triatletas: Uma Visão Estrutural

Fascite Plantar

Olá pessoal,

Agora que saí de férias e com um pouco mais de tempo para pensar e me organisar e de muito pesquisar sobre minha lesão durante esses tres anos, vendo que a cada dia escuto um relato de um atleta lesionado, cheguei a seguinte causa e conclusão:

Se você pratica corrida e/ou triathlon há pelo menos um ano, já deve ter sentido alguma dor ou incômodo em músculos, tendões e articulações. Por exemplo, lesões no joelho são as mais comuns em corredores e ciclistas, enquanto as lesões no ombro acometem muito mais os nadadores. Na maioria das vezes achamos que as dores são causadas por excesso de treinamento, seja em intensidade ou volume. Além disso, normalmente o tratamento convencional delas se resume a diminuir a dor e a inflamação, sem de fato encontrar a origem do problema. Aliás, no meu caso quando a dor sumia, pensava que o problema se resolveu por completo, depois percebia que o problema voltou no momento em que eu retornava ao treinamento com carga total. Quando isso acontecia a sensação de desânimo chegava a ser devastadora. Ai eu me perguntava: Mas, por que logo eu? O que estou fazendo errado? E a pior das perguntas é: Será um dia essa dorzinha irá desaparecer de vez?



Na verdade, há muito mais informação do que o atleta “comum” tem acesso. Infelizmente ainda trata-se o sintoma e não a causa, principalmente quando o atleta toma antiinflamatórios por conta própria e reduz seu treinamento por um determinado período. Entretanto, deveríamos adotar um procedimento básico e, principalmente, preventivo. A prevenção é mais barata, mais fácil e mais simples do que parece. Do que estou falando? Refiro-me à uma avaliação postural ortopédica. Todavia, muita calma nessa hora. Cuidado com as avaliações de academia! Estou sugerindo uma avaliação feita por um fisioterapeuta do esporte, isto é, o profissional mais habilitado a executar este procedimento tão importante para prevenir e tratar lesões. (Demorou, mas caiu a ficha)


Diversas pesquisas indicam que desvios posturais e baixos níveis de flexibilidade estão sempre associados ao aparecimento da grande maioria das lesões. Em muitos casos, o treinamento inclusive aumenta o desvio postural e encurta mais ainda os músculos, aumentando a chance de que venha aparecer uma lesão. Portanto, o melhor que se tem a fazer é procurar a indicação de um fisioterapeuta do esporte ANTES de lesionar-se e buscar uma avaliação postural ortopédica. Garanto que este investimento será mais útil do que aquele par de tênis que eu ficava cobiçando há meses.


A avaliação postural analisa não somente regiões isoladas do corpo, como pés, tornozelos, joelhos, quadris e coluna, mas principalmente as “cadeias” do corpo humano. Isso mesmo, cadeias. O corpo funciona de forma integrada, através de diversas cadeias, anterior, posterior, cruzadas, etc. Assim, quando alguma região apresenta-se “desalinhada”, todo o restante é afetado. Por exemplo, um incômodo na região lombar geralmente não se limita à baixa flexibilidade desta região. Pelo contrário, músculos encurtados na região do quadril (Íliopsoas), região posterior da coxa (Ísquitibiais) e região lombar (paravertebais), associados à fraqueza no reto abdominal e no glúteo máximo geralmente compõem o quadro. (segundo conversa com fisioterapeuta e lendo artigos)


O tratamento de lesões também deve ser precedido por uma análise postural. De nada adianta tratar a dor, se não se sabe ao certo a sua origem. Aliás, o tratamento convencional, à base de gelo e de antiinflamatórios, ondas curtas e outras técnicas analgésicas são meros coadjuvantes. (Fiz todos!!).
O principal consiste em buscar um reequilíbrio postural, visando harmonizar o alinhamento das cadeias e , principalmente, obter uma reeducação postural e maior consciência corporal.


Atualmente o fisioterapeuta utiliza-se de diversas técnicas para prevenir e tratar lesões : RPG, Rolfing, GDS, entre outras. Em muitos casos, o tratamento requer uma combinação entre as diversas técnicas, mas o principal é que o profissional em questão seja um especialista do esporte e , de preferência, um atleta como eu ou voce. (Coisa que aqui em Ubatuba não tem).  


À esta altura, você deve estar achando que estou dando uma de fisioterapeuta e o que estou fazendo dando uma de sabichão, certo? Pois não é nada disso. Sou apenas um atleta afastado por uma lesão (fascite plantar) e treinador consciente de minhas limitações. A ciência do esporte evoluiu muito e apesar disso tenho tido experiências de muita frustração em minha reabilitação como atleta. Por não ter a condição de procurar esse especialista citado acima, para tratar a causa do problema e não ficar com tratamento paliativo e falar tudo que já sei. Sei que treinar é muito prazeroso e desafiador e nada me incomoda mais do que esta impossibilitado de praticar as atividades que me proporciona tanto bem-estar.

Treine consciente. Avalie-se!


Bons treinos!


Jarrão

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